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Fibrilação atrial: tratamento farmacológico


Sobre fibrilação atrial, assinale a alternativa incorreta.

A) Na presença de disfunção sistólica ventricular esquerda, é preferível usar amiodarona em vez de propafenona na manutenção do ritmo sinusal

B) Quando associada à estenose mitral assintomática e escore CHADS2 de zero, não há indicação de anticoagulante oral

C) O estudo RE-LY testou a eficácia e segurança do dabigatran comparado ao warfarin, demonstrando que a dose de dabigatran 150 mg duas vezes ao dia reduziu significativamente a incidência de AVC isquêmico

D) O estudo ROCKET AF comparou o rivaroxaban ao warfarin, demonstrando não inferioridade em relação ao desfecho primário de eficácia (composto de AVC e embolia isquêmicos)

E) Para a maioria dos pacientes com indicação de anticoagulação oral, quando se optar por warfarin, o alvo do RNI deve ser entre 2,0 e 3,0

Resposta:

Os dois pilares do tratamento farmacológico da fibrilação atrial (FA) são: anticoagulação e controle da frequência/ritmo cardíaco. Na maioria dos doentes, optamos por reversão da arritmia lançando mão dos antiarrítmicos. Em pacientes com disfunção ventricular, devemos usar a amiodarona. Já nos doentes sem dano estrutural cardíaco, podemos usar a propafenona (item A correto). Quanto à terapia anticoagulante, além do clássico cumarínico, temos as opções dos novos anticoagulantes (NOACs). O cumarínico normalmente é utilizado em situações onde há restrições ao uso dos NOACs (insuficiência renal, trombofilia, neoplasias, FA valvar...). Nesses doentes, o alvo de anticoagulação deve manter o INR entre 2 e 3 (item E correto). O estudo RELY estudou o dabigatran em duas doses (110mg e 150mg) onde a dose de 150mg foi superior ao cumarínico na redução de eventos isquêmicos cerebrais enquanto a dose 110mg foi não-inferior quanto aos desfechos isquêmicos mas levou a menos eventos hemorrágicos (item C correto). O estudo ROCKET-AF estudou a rivaroxabana e mostrou que a droga é não-inferior ao cumarínico quanto a eventos isquêmicos (item D correto). A apixabana foi estudada no estudo ARISTOTLE e mostrou um bom perfil de segurança sendo não-inferior ao cumarínico e com menos eventos hemorrágicos. O paciente valvar no contexto da fibrilação atrial deve sempre ser anticoagulado pois a fibrilação atrial é um marcador de doença valvar avançada e, mesmo com a reversão da arritmia, o risco de recorrência é grande. Portanto, mesmo com CHADS2=Zero (o escore foi desenvolvido para FA não valvar), há indicação de anticoagulação oral.

Portanto, a resposta incorreta é a letra B.


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