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Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA): como fazer?


Um homem medindo a pressão arterial e registrando seus níveis tensionais em um caderno
Criar um registro residencial de pressão arterial irá auxiliar no melhor controle pressórico

A hipertensão arterial é a doença mais prevalente no mundo e é responsável diretamente por 25% das mortes de origem cardiovascular. Com isso, o controle da pressão arterial é a principal forma de reduzir a ocorrência de eventos cardiovasculares.


Em muitas situações, a aferição da pressão arterial (PA) no consultório ou ambulatório irá sofrer a influência de diversos fatores e pode se apresentar elevada unicamente pela presença do profissional de saúde (hipertensão do avental branco).


Com isso, a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) será uma ferramenta importante no diagnóstico de hipertensão arterial e seus fenótipos. Além disso, o registro da pressão arterial pelo próprio paciente permite maior envolvimento na aferição da PA e, assim, maior adesão ao tratamento. Algumas limitações da MRPA consistem em: medição da PA somente em repouso, ausência de leitura noturna e potenciais erros de medição.



Importante: Não confundir MRPA com AMPA (automedida da PA)! A AMPA consiste na aferição avulsa da PA sem nenhum protocolo estabelecido. Neste caso, a medida da PA pode estar influenciada por diversos fatores como dor, ansiedade entre outros.


Como orientar a MRPA?


A MRPA consiste em um protocolo rotineiro de aferições da PA em momentos pré-determinados durante 5-7 dias.


  • Horário das medidas: realizar em dois momentos (pela manhã e à noite, antes de dormir).

  • Número de medidas: três medidas pela manhã e pela noite, com um minuto de intervalo entre elas.

  • Exclusão de medidas: desconsiderar medidas com grande diferencial (>100mmHg) ou pequeno diferencial (<20mmHg).


Figura esquemática demonstrando como deve ser realizado o MRPA
Orientação da MRPA: 3 aferições pela manhã e à noite com um minuto de intervalo entre elas

Como interpretar as medidas?


  • Excluir as medidas do primeiro dia

  • Excluir valores discrepantes sem justificativa clínica: PAD >140mmHg e <40mmHg, PAS < 70mmHg e >250mmHg e pressão de pulso <20 mmHg ou >100mmHg

  • Calcular a média da PAS e PAD.

  • A pressão não estará controlada se a média PA > 130 x 80 mmHg




Ficou alguma dúvida? Assista ao vídeo abaixo onde todo esse processo é explicado minuciosamente!



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Referências:


  1. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658

  2. Nobre F, Mion Jr. D, Gomes MAM, Barbosa ECD, Rodrigues CIS, Neves MFT et al. 6ª Diretrizes de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial e 4ª Diretrizes de Monitorização Residencial da Pressão Arterial. Arq Bras Cardiol 2018; 110(5Supl.1):1-29


Sobre o autor:

Bruno Ferraz de Oliveira Gomes

  • Formado em Medicina pela UFRJ em 2007

  • Título de Especialista em Cardiologia, Medicina Intensiva e Ecocardiografia

  • Mestre em Engenharia Biomédica - COPPE UFRJ

  • Doutor em Cardiologia - UFRJ

  • Fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia - FESC

  • Fundador e Editor-Chefe - Questões em Cardiologia

  • Médico do Serviço de Cardiologia - HUCFF-UFRJ

  • Vice-presidente do Departamento de Doença Coronariana - SOCERJ

  • Vice-presidente do Grupo de Estudos de Coronariopatias e Terapia Intensiva - SBC

  • Revisor de periódicos - ABC Cardiol, IJCS, Global Heart e ESC Heart Failure

  • Um dos autores da diretriz de Síndrome Coronariana sem Supra de ST da SBC 2021 

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