A respeito das manifestações clínicas de cardiotoxicidade em pacientes oncológicos em uso de quimioterápicos, podemos dizer:
A) O risco de cardiotoxicidade aguda se encerra com o término da quimioterapia
B) A cardiotoxicidade pode ocorrer após um ano do término da quimioterapia
C) A cardiotoxicidade aguda se dá por quadro de insuficiência cardíaca aguda, geralmente com necessidade de inotrópicos, geralmente sem síndrome coronariana aguda.
D) Na cardiotoxicidade crônica, a insuficiência cardíaca sempre é de origem sistólica
E) O quimioterápico não aumenta o risco de IAM com supra na fase aguda do tratamento
RESPOSTA:
A cardiotoxicidade é definida por situações que levam a redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo(FEVE). Pode ser subdividida em 3 graus:
- Grau I: redução assintomática da FEVE entre 10 a 20%
- Grau II: redução da FEVE abaixo de 20% ou abaixo do normal
- Grau III: insuficiência cardíaca sintomática
Também pode se apresentar de forma aguda, subaguda ou crônica.
Cardiotoxicidade aguda ou subaguda: arritmias ventriculares e supraventriculares, distúrbios na repolarização, alterações no intervalo QT, síndromes coronarianas agudas, pericardite e miocardite. Podem ocorrer desde o início do tratamento até 14 dias após seu término.
Cardiotoxicidade crônica: dois subtipos, sendo o primeiro ocorrendo no primeiro ano após o término e o segundo após um ano do término da quimioterapia. Manifestação mais comum é a insuficiência cardíaca (sistólica ou diastólica)
Portanto, a resposta correta é o item B: A cardiotoxicidade pode ocorrer após um ano do término da quimioterapia
Comentário por:
Bruno Ferraz de Oliveira Gomes
Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or
Ecocardiografista do Hospital Barra D'Or
Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ
Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes
Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ
Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva