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Fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardíaca


Com relação à fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardíaca, podemos afirmar:

A) É mais comum após cirurgia de revascularização miocárdica

B) Não necessita tratamento anticoagulante

C) Não aumenta o risco de AVE isquêmico mas aumenta a mortalidade

D) A suspensão de betabloqueadores no pré-operatório é fator de risco

E) Há benefício do controle de ritmo (amiodarona ou cardioversão elétrica) sobre o controle de frequência

 

RESPOSTA:

A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais comum no pós-operatório (PO) de cirurgia cardíaca, podendo ocorrer em até 40% dos casos, sendo mais comum em cirurgia de troca valvar. Geralmente, acontece nos primeiros 5 dias de PO, com pico entre o segundo e quarto dia. Após 10 dias é extremamente rara. Está associada a complicações pós-operatórias, assim como maior risco de AVE(2x) e maior mortalidade(2x). São fatores preditores: idade, sexo masculino e hipertensão arterial. Fatores que elevam o risco de FA no PO: FA paroxística prévia, suspensão de betabloqueadores antes da cirurgia, diabetes, disfunção ventricular, IAM prévio, DPOC, uso de drogas vasoativas e ventilação mecânica > 24h.

Uma maneira de prevenir a ocorrência é a manutenção/início do betabloqueador no pré-operatório. Pacientes que fazem uso de estatina têm uma tendência à menor ocorrência de FA no PO. Distúrbios eletrolíticos podem precipitar a FA, especialmente a hipomagnesemia. Geralmente, esses doentes retornarão para ritmo sinusal. Caso a FA persista por mais de 48h, deve ser iniciado o tratamento anticoagulante. Foi apresentado no Congresso do American College of Cardiology e com artigo publicado no New England Journal of Medicine intitulado "Controle de frequência vs. controle de ritmo de FA no PO de cirurgia cardíaca". Não houve diferença no tempo de hospitalização, taxa de complicações e permanência de FA em 60 dias, sugerindo não haver superioridade de nenhuma terapia.

Portanto, a resposta correta é o item D: A suspensão de betabloqueadores no pré-operatório é fator de risco


Postado por:


BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES

Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or

Ecocardiografista do Hospital Barra D'Or

Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ

Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes

Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ

Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva

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