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Revascularização miocárdica com ou sem CEC?


Qual das opções justificaria a realização de uma cirurgia de revascularização miocárdica sem CEC, comparado à cirurgia convencional, com CEC?

A) Maior patencia de enxerto a longo prazo

B) Melhor sobrevida

C) Menor necessidade de transfusão sanguínea

D) Maiores taxas de revascularização completa

E) Menor necessidade de diálise

 

RESPOSTA:

A cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) convencional exige circulação extracorpórea (CEC), pinçamento da aorta, e parada cardioplégica, os quais trazem conseqüências pós-operatórias significativas. Em uma tentativa de evitar essas manobras, técnicas têm sido desenvolvidas para realização de CRVM sem CEC. No entanto, apesar dos benefícios teóricos, ainda não há dados convincentes de que seja superior à CRVM convencional. Têm-se observado, na verdade, que a patencia do enxerto a longo prazo, a revascularização completa e a sobrevida global são melhores com a CRVM convencional.

Ainda assim, A CRVM sem CEC compreende 15-20% de todos os procedimentos de revascularização do miocárdio nos Estados Unidos. Em comparação com a CRVM convencional, os pacientes apresentam menos coagulopatia, têm menos sangramento, e necessitam de menos transfusões. A tolerância para o sangramento no Pós operatório deve ser, portanto, menor na cirurgia sem CEC, já que, na ausência de coagulopatia induzida por CEC, qualquer sangramento é provavelmente oriundo de uma anastomose ou um vaso com hemorragia descontrolada, o que requer reparo cirúrgico.

Alguns estudos têm relatado menos complicações respiratórias e renais no pós-operatório imediato. A taxa de AVC no pos operatório imediato também parece ser menor e, por isso, é uma opção costumeira quando a aterosclerose aórtica é tamanha que impede o pinçamento. No entanto, não parece haver nenhuma diferença entre CRVM com ou sem CEC com relação ao risco de lesão renal, necessitando de diálise, e ao risco de acidente vascular cerebral/disfunção neurocognitiva em 30 dias ou 1 ano de pós-operatório.

A cirurgia sem CEC exige posicionamento ideal e estabilização de um coração batendo para completar as anastomoses de bypass. Assim, o risco de revascularização coronária incompleta está presente, sendo importantissima a vigilancia para Novos eventos isquemicos.

Portanto, a resposta correta é o item C: Menor necessidade de transfusão sanguínea


Postado por:


ANNA LUIZA RENNÓ MARINHO

Titulo de Especialista em Cardiologia - SBC Plantonista da Unidade Coronariana do Hospital Barra D'Or Residência em Clínica Médica - Hospital Universitário Gaffré-Guinle Residência em cardiologia - Instituto Nacional de Cardiologia

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