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Trombólise x Angioplastia primária: como escolher?


Paciente de 79 anos chega à emergência com dor torácica súbita, retroesternal, em aperto, presente em repouso. Nunca havia apresentado esta sintomatologia. Tinha vida ativa e caminhava diariamente sem limitações. Na emergência, foi administrado AAS e nitroglicerina com discreta melhora do quadro. É hipertenso, diabético, dislipidêmico e relato de doença arterial periférica. Tabagista, fuma 2 maços de cigarro por dia nos últimos 60 anos. Usa regularmente: metoprolol, lisinopril, AAS, sinvastatina e metformina. Ao exame físico: fácies de dor, palidez cutânea, pele fria e sudoreico. FC: 110bpm, FR: 24irpm, PA: 96x67mmHg. A dor não piora à palpação ou à inspiração profunda. Não há turgência jugular patológica ou edema periférico. Pulmões limpos. O ECG foi realizado (figura anexada). A hemodinâmica mais próxima fica há 85min de distância deste hospital. Qual seu próximo passo?


A) Tratamento clínico

B) Infusão de inibidor GPIIbIIIa

C) Trombólise

D) Transferência para serviço de hemodinâmica

E) Heparina venosa

 

RESPOSTA:

Paciente de alto risco cardiovascular se apresenta com dor torácica definitivamente anginosa e ECG mostra supradesnivelamento do segmento ST em parede . Nesse caso é fundamental promover a revascularização miocárdica o mais rápido possível. Sempre que há a disponibilidade de hemodinâmica este deve ser o procedimento de escolha. No caso acima, o transporte para um centro com hemodinamica retardaria a abertura do vaso culpado e mais miocárdio estaria sendo perdido. O risco de morte deste paciente é elevado e ele já apresenta sinais de má perfusão tecidual. O tempo porta-balão desejado deve ser 90 minutos e o transporte deve ser realizado se estiver há 60 minutos do local.

Então nesse caso não há dúvidas, a trombólise deve ser realizada e, após estabilização do quadro, o paciente deve ser transferido para centro com hemodinâmica.

Resposta correta é o item C: Trombólise


Comentário por:


BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES

Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or

Ecocardiografista do Hospital Barra D'Or

Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ

Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes

Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJTítulo de especialista em cardiologia e terapia intensiva

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