Bruno Ferraz
- 17 de set. de 2016
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Quando operar a insuficiência aórtica?

Os pacientes abaixo são portadores de insuficiência aórtica grave com diâmetro diastólico final de 72mm. Todos possuem indicação cirúrgica classe I para troca valvar, EXCETO:

a) Paciente com proposta de cirurgia de revascularização miocárdica

b) Paciente com angina CCS II, com ou sem doença coronariana

c) Paciente com dilatação de raiz de aorta (56mm) e valva aórtica bicúspide

d) Paciente com grave disfunção sistólica do VE secundário à infarto prévio

e) Paciente assintomático, com disfunção sistólica leve do VE

RESPOSTA:

A insuficiência aórtica (IAo) pode ser causada por doença primária dos folhetos aórticos ou anormalidades geométricas na raiz da aorta. O exame físico levanta a suspeita desta patologia ao identificarmos um sopro diastólico em foco aórtico. O ecocardiograma é fundamental na avaliação da etiologia e gravidade de lesão. Em pacientes com IAo grave e assintomáticos com função ventricular preservada, o risco de eventos adversos é baixo. Contudo, quando a dilatação do VE leva a um aumento do volume sistólico final > 50mmm, há um aumento no risco de morte, surgimento de sintomas e disfunção.

A indicação cirúrgica geralmente é guiada pelo surgimento de sintomas. Além disso, em pacientes com disfunção ventricular e importante dilatação sem outro motivo cardiológico devem ser considerados para tratamento cirúrgico. No entanto, nesses pacientes, o resultado cirúrgico é pior que nos operados precocemente.

Na questão de hoje, todos pacientes têm indicação de troca valvar aórtica. Contudo apenas o paciente do item c tem indicação IIa e os demais tem indicação classe I.

Portanto, a resposta é letra C:

Paciente com dilatação de raiz de aorta (56mm) e valva aórtica bicúspide