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RCP em gestantes: quais são as orientações?

Atualizado: 1 de abr.


QUESTÃO RESIDÊNCIA MÉDICA - SMS 2021

Uma gestante G3C2, com idade gestacional de 35 semanas e portadora de miocardiopatia hipertrófica, procura a emergência obstétrica referindo dor torácica retroesternal, que começou há cerca de 30 minutos, associada a dispneia e diaforese importantes. A paciente é encaminhada para a maca e iniciam-se monitorizações fetal e materna. Logo depois, a paciente torna-se irresponsiva, com pulso carotídeo não palpável e monitor cardíaco mostrando traçado de fibrilação ventricular. A equipe de plantão é chamada para auxílio e dá início a protocolo de reanimação cardiopulmonar (RCP). Nesse caso clínico, após serem adotadas todas as medidas – massagem e ventilação, drogas antiarrítmicas e desfibrilação, sem sucesso – o próximo passo é

A) manter a RCP, manter aparelhos de monitorização fetal e comunicar a equipe pediátrica de plantão quanto à cesárea perimortem iminente. B) manter a RCP e realizar assepsia para cesárea perimortem. C) interromper a RCP e preparar bandeja cirúrgica com material para cesárea perimortem. D) manter RCP e, após quatro minutos sem resposta às medidas de reanimação, realizar cesárea perimortem apenas com bisturi. E) interromper a RCP, deslocar o útero para a esquerda para melhorar o retorno venoso e iniciar cesárea perimortem.



RESPOSTA:


Quando atendemos uma gestante em PCR, o atendimento básico será muito similar ao atendimento à não-gestante. Mas, existem alguns detalhes que podem fazer a diferença:


👉 Acesso venoso acima da linha do diafragma: As medicações utilizadas na PCR devem chegar rapidamente ao coração. O útero comprime a veia cava inferior e pode limitar a chegada dessas drogas em caso de acesso venoso baixo.


👉 Deslocar o útero: manobra de descompressão de aorta e veia cava inferior, visando aumentar o débito cardíaco e melhorar a perfusão dos órgãos.


👉 Considerar cesárea de urgência: Se a gestante não retornar à circulação espontânea (RCE) em até 4 minutos, o parto cesáreo deve ser realizado o mais rápido possível (até o 5° minuto), com auxílio de um bisturi, sem preocupação com técnicas assépticas. O objetivo é tentar salvar o bebê e, principalmente, melhorar a hemodinâmica da gestante. Existem diversos relatos de RCE logo após parto cesáreo.


👉 Se houver RCE, manter paciente em decúbito lateral esquerdo (DLE), visando redução da compressão aortocaval.


Com isso, a resposta da questão é a alternativa D!


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