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Profilaxia antibiótica para endocardite


Todas as lesões cardíacas abaixo são consideradas de alto risco para endocardite, com necessidade de profilaxia antibiótica, EXCETO:

A) Coarctação da aorta

B) Prótese valvar mecânica

C) Cardiopatia congênita corrigida por cirurgia de Blalock

D) Cardiopatia congênita não-corrigida e cianótica

E) Endocardite bacteriana prévia

Resposta:

Antes de responder a pergunta, precisamos entender que os conceitos fisiopatológicos de bacteremia mudaram nos últimos anos. Com isso, as recomendações para profilaxia antibiótica também mudaram. Alguns conceitos são importantes: - Bacteremia transitória de baixo grau ocorre corriqueiramente em nosso dia-a-dia em atividades como escovar os dentes, mastigar ou durante o uso de fio-dental. Essas atividades apresentam maior risco de endocardite que uma abordagem dentária isolada. Em pacientes com saúde bucal ruim esse risco é maior. - Maioria dos estudos mostram que não há correlação entre procedimento dentário e endocardite. - A profilaxia antibiótica evita um número muito baixo de casos de endocardite - Uso de antibiótico carrega um baixo risco de anafilaxia, que pode se tornar maior com seu uso indiscriminado, além da possibilidade de surgimento de germes resistentes. - Os estudos que mostraram algum benefício da profilaxia utilizaram modelos animais. Não temos estudos em humanos e dificilmente teremos pois a proporção de doentes que desenvolvem endocardite após procedimento dentário é muito baixa. Com isso, a profilaxia estará somente indicada em pacientes de alto risco para endocardite. Eles podem ser divididos em 3 grupos (a) Pacientes com prótese valvar ou qualquer prótese para reparo cardíaco (b) Pacientes com endocardite infeciosa prévia (c) Pacientes com cardiopatia congênita não corrigida ou parcialmente corrigida onde foram realizados shunts paliativos ou uso de próteses (como a cirurgia de Blalock) Em todos os casos acima, um evento de endocardite seria catastrófico e de difícil resolução clínica, por isso estando indicado a profilaxia.

Portanto, a resposta é o item A


Referências: 2015 ESC Guidelines for the management of infective endocarditis

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